Silvio Araujo
Em I Samuel, capítulo 30, versos 1 a 25, temos uma lição especial: Aprendemos que todos podem contribuir para vitória, mesmo que o trabalho que fazem não pareça importante nem seja divulgado.
Diz o texto sagrado que duzentos homens da tropa de Davi não puderam continuar uma perseguição aos amalequitas por estarem exaustos demais (verso 10, NVI). Ficaram antes do ribeiro com as bagagens dos demais soldados. Com quatrocentos homens restantes Davi venceu a batalha, libertou cativos, recuperou o que foi saqueado e trouxe muitos despojos.
Alguns soldados de baixa índole sentiram-se ofendidos com a idéia de que os guardadores de bagagens pudessem ser participantes do prêmio pela vitória. Davi, com extrema sabedoria diz "quem ficou atrás com a bagagem deve receber o mesmo que aquele que lutou na batalha (verso 24, TLH)" e a partir de então isso virou decreto (veja também Números 31:26-27).
Na tarefa missionária nem todos podemos ir ao front pelos mais variados motivos, todavia, como parte do mesmo exército podemos fazer alguma coisa: cuidar das bagagens de quem está na luta.
O Espírito Santo vocaciona, revela e envia através da igreja missionários para o mundo todo e muitos destes deixam para trás uma vida confortável e segura para se exporem a riscos de todo o tipo em nome do Evangelho. A igreja que aqui fica guarda suas bagagens contribuindo para o sustento de missões e missionários, orando incessantemente por suas vidas e por seu trabalho para que nunca desvaneçam mesmo quando o resultado não é visto imediatamente, apoiando com palavras, cartas, emails, fotos e vídeos que transmitam a certeza de que o missionário não está só mas que toda a igreja o acompanha. Por vezes o enviado precisa tanto ouvir uma só palavra de ânimo e coragem. É sua bagagem emocional que está pesada e como guardadores, cada um de nós pode ser canal de Deus para levantar e esforçar o servo que luta.
O mais interessante é que o galardão do missionário que vai é exatamente igual ao missionário que guarda a bagagem. Note bem, do MISSIONÁRIO que fica guardando a bagagem e há diversas formas de ser missionário: o que é enviado e vai, o que ora, o que contribui, o que fomenta missões, o que apóia direta e constantemente etc.
Pense nisto e se aliste nesse exército. Pode ser que seu trabalho não esteja estampado nos jornais nem apareça nos boletins de sua igreja, mas diante do General Jesus, sua contribuição vigilante, fiel, constante, terá uma recompensa.
Publicado originalmente em Vêde os Campos - 28/10/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário