quarta-feira, 2 de março de 2011

Quero meu direito de ir e vir

É insuportável o que se faz em nome da "cultura" nestes dias de carnaval. Trios elétricos do tamanho de transatlânticos fecham as ruas, modificam o itinerário dos ônibus e aglomeram um público enorme em torno de si e praticamente paralisam o comércio.

Estou citando um exemplo que quase diariamente se repete no Vasco da Gama e arredores. Eles chegam "de mansinho", sem avisos, sem CTTU, sem Detran, sem autorização. São ações de pequenos blocos e geralmente expõem o banner de algum político que banca a parafernália acústica.

A gente sai e quando volta não pode chegar na porta de casa nem mesmo passar na rua. O pior é que escolhem o horário das 22:00h para começar seus batuques - isso durante os dias de semana ditos "úteis"  quando se chega cansado de um dia de trabalho e estudo e tudo o que se quer é sossego!
No finais de semana todo o entorno da entrada do Vasco da Gama é tomado por trios e multidões que fecham o cruzamento da Av Norte e paralisam postos de gasolina e comércio. Os jovens, a maioria não tem 17 anos ainda, ficam sobre os blocos que separam as pistas e socam os automóveis e ônibus que teimam em singrar aquele mar de gente seminua, balançando e coreografando ao som de nojentos "melôs" que falam de sexo explícito e posições conjugais animalescas. Bom para os ambulantes e catadores de latas de cerveja.
Nos domingos, quase não se chega aos templos (nem memos os da ICAR, onde os trios se postam defronte). Os ônibus desviam ou desistem de passar e os irmãos idosos têm de fazer longo percurso à pé por entre a multidão que atira cerveja e empurra. Fico pensando como somos odiados!
Uma igeja não pode fazer um culto ao ar livre no dia que desejar, mesmo que se marque com antecedência e se peça autorização. Geralmente é negada, como tem sido reiteradas vezes pela DIRCON da Pça do Trabalho (só para eventos evangélicos, pois outros são liberados). Um culto de apenas duas horas gera reclamações e pedidos para baixar o volume de quatro ou cinco pequenos caixas de som. A multa é quase sempre inevitável mesmo com alguém controlando eletronicamente o volume emitido.
Na verdade, não é o som que incomoda. É a Palavra que lhes incomoda.
Passeatas e desfiles do dia da Bíblia, só ao som de buzinadas impacientes e impropéritos (e olha que quando acontecem, são uma vezinha por ano numa morna tarde de domingo e num percurso de 10 minutos). Pois é!
A igreja não incentiva o sexo livre, a promiscuidade, os palavrões. Não rí do ridículo, dos espertos e das situações de vantagens ilegais; A igreja preza pela família, pela sobriedade e pelos bons costumes, educação, cordialidade e boa convivência. A igreja não se reune para sujar as ruas nem propiciar a violência. Mesmo assim é subtraída de iguais direitos de manisfestação.
Quero meu direito de ir e vir em ruas transitáveis. Quero ir ao templo, cantar e orar sem ser impedido por conta de trios elétricos.
Que se limite o comboio de trios e o volume do som, que se consiga um pólo para juntar as pessoas que gostam desse movimento e que se respeite o gosto e o direitos de todos os outros.

Um comentário:

Matias Borba disse...

Prezado Silvio,

É isso que o melhor carnaval do mundo causa: transtorno, morte, violência e coisas do gênero.

Ontem passei um tempinho apenas para passar pela avenida Norte próximo ao vasco da Gama: Uma hora e quize minutos! Pena nosso dinheiro ser gasto nisso, e nós é quem pagamos o pato do gasto público e da paciência...

Oremos. Abraço e a Paz!

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