quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Meu Cristo


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Neste mundo há muitos Cristos:
De várias cores, de vários tamanhos
Cristos feitos, Cristos inventados,
Cristos moldados, Cristos deformados,
Cristos tristes, Cristos desfigurados.

Há Cristo para cada gosto, cada interesse,
cada objetivo, cada projeto.

Há o Cristo das belas artes:
um motivo, como tantos outros,
para expressar uma forma,
ou exibir uma escola pelo próprio homem criada.

É Cristo para se ver, apreciar ou criticar,
para exaltar o autor,
seu talento sua invencionice.
É um Cristo despido de autoridade,
sem expressão, sem divindade.

Há o Cristo da literatura,
da prosa, do verso, da forma, do estilo,
do livro famoso, do "best-seller".

É um Cristo pretexto, que serve de texto,
dentro de um contexto,
que ajuda seu autora faturar mais,
e ser mais lido e procurado.

Há o Cristo das cantigas:
deturpado, maltratado,
irreverentemente tratado.
Aparece na crista das ondas,
estoura nas paradas,
é cantado nos salões,
e circula, aos milhões,
como mercadoria,
para enriquecer as empresas.
É um Cristo de algibeira,
fabricado como produto de consumo.

Há, até, o Cristo do cinema e do teatro.
Sucesso de bilheteria...
É a explosão da arte moderna
fazendo a caricatura
do maior personagem da história.

É o Cristo musicalizado,
encenado, maquinalizado.
É Cristo para espetáculo,
para os olhos, para os ouvidos,
para o lazer e a higiene mental.

Há o Cristo do crucifixo:
de pedra, de mármore, de madeira, de metal...
É Cristo para a parede,para o colo da mocinha,
para o peito piloso do rapaz excêntrico.

É apenas ornamento, ou simples decoração.
Embora alguns lhe prestem culto,
ele não vê, não ouve, não entende.

Há o Cristo dos teólogos:
difícil de entender, complicado.
É Cristo para eruditos,
para cultos, privilegiados.
É só para ser discutido,
dissecado, analisado,
e aceito intelectualmente.
Não modifica, não transforma,
não regenera, não muda.

Há, também, infelizmente,
o Cristo de certos cristãos, que ainda o tem no túmulo.
É Cristo crucificado, morto e sepultado,
e ainda conservado na tumba dura e fria.

É um Cristo que não vive,
porque seus adoradores ainda estão mortos,
e não despertaram para uma vida nova,
a vida do próprio Cristo,
da qual, lamentavelmente,
ainda não se apossaram.

O MEU CRISTO não é nenhum desses.

O meu Cristo é o Filho de Deus,
que foi encarnado,
viveu, sofreu, foi condenado,
morto e sepultado,
por causa de meus pecados.

O meu Cristo não ficou preso na sepultura escura.
Ele ressuscitou, subiu aos céus.
E reina, à direita do Pai.

O meu Cristo é respeitado, admirado,
cultuado, adorado, porque está vivo, bem vivo!

O meu Cristo vive nas palavras que proferiu.
O meu Cristo vive nos ensinos que deixou.
O meu Cristo vive nos atos que praticou.
O meu Cristo vive na obra que realizou.
O meu Cristo vive nas almas que Ele salvou.

O meu Cristo vive, eu sei bem disso,
e não tenho nenhuma dúvida,

o meu Cristo VIVE EM MIM!

Um comentário:

Paulo Adriano Rocha disse...

É simplesmente perfeito essa poema, não Que Cristo seja sempre o nosso Cristo: Vivo, amoroso, presente e amigo. Paz, maestro!

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