segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cantai ao Senhor

Quão simples é o nosso cântico
para dizer de Deus
o amor que nos legou.
A linguagem humana
jamais encontrará a nítida expressão,
para exprimir louvando
o dom da criação.

Quem poderá neste mundo
suficientemente cantar
a sublimidade de Sua graça
e do seu amor sem par?
Que mais poderíamos acrescer
ao coro universal de sua criação,
que continuamente lhe rende louvores
em gesto de gratidão?
Os céus declamam a glória de Deus
e o firmamento
anuncia a Obra das Suas mãos.

Cantam as alvoradas
de cada doce amanhecer;
canta o sol em seus raios
ao sossego do alvorecer;
cantam as ervas, as flores,
nos campos e nos prados;
cantam as aves nos bosques,
jubilam nos seus trinados.
Cantam a montanha, o vale,
o rio na barulhenta cascata,
todos louvam a Jesus,
até mesmo as feras nas matas.

As constelações entoam louvores
à Estrela da Manhã;
os prados cantam aleluias
à Rosa de Saron;
as cordilheiras falam
da Majestade nascida;
os regatos cristalinos
apontam a Água da Vida.
A sutileza de Sua glória
é contada nos junquilhos e jasmins
que aromatizam jardins.

O vôo das grandes águias
até as longas alturas,
num misto de poder
Sua força nos revela;
o marulhar contínuo
das ondas empoladas,
no crespúsculo ameno
é a mais sublime tela;
o farfalhar das folhas
na blandícia do vento,
é um dos mais delicados
instrumentos da orquestra
que o infinito Deus,
com seu poder rege em festa.

Tudo canta, tudo louva,
tudo engrandece a Deus,
agradecendo a bondade
com que Jesus nos deu.
Cantai, ó povos, criados por Sua mão;
cantai, diz o salmista,
louvai-o de coração,
exercitai vossos lábios,
nos doces cânticos O exultai,
cantai suas maravilhas,
no canto a harmonia semeai.

Cantai seu poder nas sombras
ao declinar do dia;
cantai no alvorecer,
no arrebol do meio dia;
cantai a glória perenal
em todo o teu viver;
cantai nas horas alegres,
cantai também no sofrer.
Se a vossa vida
é toda um quebranto,
cantai, que o canto
é mel que adoça o pranto.

E na terra, no mar, no céu
o que existir de belo, puro e santo
seja rendido a Deus de coração.
E as nossas almas num celeste canto,
rendam-se enfim no altar da gratidão.


Eliude Marques
In "Primícias do meu Jardim"

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