terça-feira, 15 de junho de 2010

Ópera: O Peregrino, de John Bunyan

Gravura de O Peregrino, publicada em 1778, mostra o peregrino adentrando o pequeno portão aberto por "Boa-vontade".


Após virar ser filme e ser lançado em DVD, agora este marco da literatura cristã está sendo montada em ópera.

O Núcleo Universitário de Ópera - NUO apresenta, nos dias 25, 26 e 27 de junho, a primeira montagem brasileira da ópera A Jornada do Peregrino, no Theatro São Pedro, com direção cênica e musical do maestro Paulo Maron. Esta é também a primeira ópera dramática produzida pelo NUO.

A Jornada do Peregrino é uma obra do compositor inglês Ralph Vaughan Williams, inspirada no livro homômino de John Bunyan, que narra o caminho de um homem atormentado em busca da iluminação. A obra de Williams trata de uma alegoria que mostra as passagens principais do livro: no caminho, o Peregrino encontra mais de 30 personagens. A montagem do NUO é cantada em inglês (com legenda) e os diálogos, em português.

John Bunyan, um pregador britânico, escreveu The Pilgrim’s Progress no século XVII, quando este estava na prisão. Poucas décadas depois, o livro era cada vez mais popular. Hoje, passados mais de 300 anos, A Jornada do Peregrino é um das obras mais lidas do mundo, com traduções para mais de 70 línguas e, apesar de ser direcionada aos cristãos, seu conteúdo é apreciado por budistas, muçulmanos, judeus e várias outras religiões.

Por volta de 1920, Ralph Vaughan Williams iniciou o trabalho de adaptar o livro de Bunyan para uma ópera. Essa complexa adaptação consumiu quase 30 anos de sua vida e estreou em Londres, em 1953.

Enredo - John Bunyan, na prisão, escreve as últimas palavras do seu Livro A Jornada do Peregrino. Ele começa a contar a história, fala sobre um sonho no qual um homem, com um grande fardo nas costas, grita em desespero. No segundo ato aparece o Peregrino atormentado com as dúvidas sobre o sentido de sua vida. “O que farei para ser salvo?”, pergunta ele quando surge Evangelista, que o tranquiliza e indica a estrada que deverá seguir para encontrar as respostas. Assim o Peregrino começa seu caminho em busca da iluminação. Ele chega a uma grande casa, onde estão as três Iluminadas, que lhe tiram o fardo das costas. O Interprete aparece e o conduz para o interior da casa.

Dentro da casa vê-se uma multidão. Quando o Arauto pergunta quem está pronto para seguir o caminho da iluminação, o Peregrino se apresenta e é advertido sobre os perigos e obstáculos que enfrentará, mas ele aceita o desafio, sendo, então, vestido com a Armadura da Luz, o Escudo da fé, o Elmo da salvação e a Espada do espírito. O Peregrino segue seu caminho; entra no Vale da Humilhação e encontra o monstro Apollion que o desafia. Após uma luta sangrenta, ele mata Apollion, porém está exaurido e ferido, quando surgem quatro seres celestiais: munidas com as folhas da arvore da vida e do cálice da água da vida elas curam o Peregrino. Novamente entra em cena a figura do Evangelista que lhe dá o seu cajado e a Chave da Promessa, dizendo que seu caminho logo chegará ao fim; antes, porém, deve enfrentar o maior desafio, o Vale das Vaidades, e manter sua fé até a morte.

No terceiro ato aparece a Feira das Vaidades, formada por quiosques onde se vende de tudo, inclusive almas. Lorde Luxúria, acompanhado por suas prostitutas, oferece seus produtos; madames Volúpia e Lascívia estão lá, juntamente com Dona Malícia, Senhor Ódio, Pontio Pilatos, Judas, Senhor Inveja e Senhora Bajuladora; todos vendendo seus produtos. Entra o Peregrino e grita: “Eu compro a verdade”. O povo, enfurecido, tortura-o e o leva a Julgamento, diante do supremo Lorde Ódio-ao-Bem, sendo condenado à morte. Sozinho na escuridão, o Peregrino se lamenta e pergunta: “Oh Senhor, porque me abandonas-te?”. Ele se lembra da Chave da Promessa, liberta-se e segue novamente o caminho para a Iluminação.

Numa paisagem campestre o Peregrino encontra um menino, filho de um lenhador, que lhe aponta a direção da Cidade Celestial. Eis que aparece o senhor e a senhora Interesse querendo seguir o Peregrino, mas logo desistem. O protagonista segue até o fim da jornada, chega à cidade celestial e é saudado por todos. Como em um sonho todos os personagens desaparecem e surge novamente o autor, John Bunyan, fechando o livro que acabou de escrever e oferecendo ao público o desafio de desvendar suas metáforas.

Serviços:
Ópera: A Jornada do Peregrino
Ópera dramática em quatro atos, baseada no livro homônimo de John Bunyan.
Música de Ralph Vaughan Williams (1872-1958)
Com o Núcleo Universitário de Ópera - NUO
Direção cênica e musical: Paulo Maron
Preparação corporal: Marília Velardi
Figurino: Rosinês Chiarantano
Cenário: Paulo Maron
Solistas: Jorge Trabanco (Peregrino), Pedro Ometto (Evangelista), Luis Fidelis (Arauto), Fábio Visconde (John Bunyan) e grande elenco.
Coro e Orquestra do NUO
Produção e realização: NUO – Núcleo Universitário de Ópera - www.nuo.com.br
Serviço:
Récitas: dias 25, 26 e 27 de junho
Horários: sexta e sábado (às 20h30) e domingo (às 17 horas)
Local: Theatro São Pedro - www.theatrosaopedro.sp.gov.br
Rua Barra Funda, nº 171 – Barra Funda/SP - Tel: (11) 3667-0499
Ingressos: R$ 40,00 (½ entrada: R$ 20,00) - Duração: 2 horas (com intervalo)
Capacidade: 636 lugares – Classificação etária: 7 anos - Bilheteria: 4ª a dom. (14h às 19h ou até o início das sessões) - Aceita cheque, dinheiro e cartões (V e MC) - Vendas antecipadas: 4003-1212 www.ingressorapido.com.br - Metrô: Marechal Deodoro - Ar condicionado - Acesso universal

FONTE: Projeto Musical

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