quinta-feira, 29 de abril de 2010

Civismo e política

Penso que somente a Igreja de Cristo tem ensinado aos seus membros a amarem a Deus sob todas as coisas, respeitarem as autoridades e trabalharem pelo País. Os crentes, apesar de toda a discriminação que sofrem, ainda são os mais patriotas e os que menos dão trabalho ao poder público.
Quando eu era criança as botas da Ditadura Militar ainda pesavam sobre nosso país mas já havia sinais da abertura política. Entrei na escola sob Geisel e era impúbere quando do episódio da bomba no Riocentro. Meu pai sempre chegava em casa comentando a situação, temendo revoltas, especialmente porque ele vira a atuação das Forças Armadas dispersando aglomerados juvenis em protesto contra o regime ditatorial nas proximidades da Faculdade de Direito aqui no Recife, que cuminaram no triste episódio da Av Dantas Barreto em abril de 1964. A "neura" era tanta que nunca ir à parada militar de 7 de setembro poderia levantar suspeitas dos vizinhos.

Pois bem, o período da Ditadura foi horrendo sob vários aspectos e eu lamento profundamente que muitas vidas tenham sido ceifadas naquela fase escura de nossa história mas um coisa pecebemos: havia um sentimento maior de civismo, de patriotismo. Isso se perdeu com o tempo e parece que após conquistarmos a sonhada liberdade democrática fugimos das exibições de patriotismo como se isso fôsse algo mau.

Não tínhamos liberdade de ir e vir, nem de imprensa, nem de escolha, nem estabilidade econômica. Hoje temos tudo isso mas não temos mais o mesmo viço de ver esse país maior e melhor. Pipocam os escândalos (sempre existiram falcatruas, é vero, ma non troppo e nem tão descaradamente quanto hoje) e os defensores da lei e da ordem são os primeiros a desafiá-las. Falta ética e até pudor nos políticos. Enfim, falta-nos a mesma seiva que fez com que muitos se levantassem em favor da abertura democrática.

Nas escolas os alunos já não cantam mais o Hino Nacional (o País passa vergonha nos eventos esportivos internacionais com seus atletas gaguejando), não conhecem o Hino da Bandeira ou da Independência. Duvido que conheçam a própria bandeira da Cidade e muito menos que saibam o Hino do Estado. Não se dizem mais palavras ou se fazem mais composições à Pátria e o pior: não há atitudes de amor ou respeito. Apesar do "governo sensação mundial" do momento, diante do noticiário sentimos por vezes que país caminha para o caos moral e político numa verdadeira desordem social. Parece que há uma outra ditadura se aproximando e como diz um conhecido, o regime político parece estar mudando de cor.

Penso que somente a Igreja de Cristo tem ensinado aos seus membros a amarem a Deus sob todas as coisas, respeitarem as autoridades, serem éticos e santos (Fp 2:14.15) e a trabalharem pelo País, sem falar que todos os dias os crentes oram pela nação e por seu rumos. O pavilhão nacional ainda é hasteado em cultos festivos e nos desfiles da Igreja e os crentes, apesar de toda a discriminação que sofrem, ainda são os mais patriotas e os que menos dão trabalho ao poder público. Que assim permaneçam.

Oremos pela Nação e pelos dirigentes e peçamos aos Senhor que nos oriente nas escolhas, especialmente neste ano tão importante.

"E procurai a paz da cidade... e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz."
Jr 29.7

"Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei."
1Pe 2.17

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