segunda-feira, 7 de julho de 2008

Diante do Trono lota "templo" profano

Cerca de 15 mil pessoas por noite conferiram o show do grupo Diante do Trono, de Minas Gerais, no último fim de semana. As apresentações, sexta-feira e sábado passado, no Chevrolet Hall, tiraram qualquer dúvida sobre a força e a popularidade da cultura gospel no Brasil e particularmente no Recife. O público lotou a casa de espetáculos de uma maneira raramente vista quando se trata de atrações seculares.

Já era esperado, de qualquer forma, o sucesso da passagem do Diante do Trono no Recife. Em dez anos de carreira e com 11 álbuns oficiais lançados (comenta-se que tenham vendido cerca de seis milhões de cópias de toda sua obra), o grupo já se consolidou como um dos principais nomes da música evangélica no Brasil. Particularmente sua líder e vocalista principal, Ana Paula Valadão.

Os artistas sabem da expectativa que cerca o show e capricham para recompensar o público. São 27 músicos no palco. Há naipe de metais, guitarristas, tecladistas, vocalistas. Um grupo de quatro dançarinas exibe coreografias para ilustrar as mensagens das canções. Uma verdadeira superprodução, justificada em parte porque o Diante do Trono estava ali também para gravar um DVD ao vivo.

Apesar da empolgação do público, não muito distante da que acompanha uma Sandy & Júnior ou uma Ivete Sangalo (não faltam sequer o mar de câmeras digitais brilhando no escuro para registrar os momentos mais importantes), porém, é mesmo a religião que parece motivar tudo ali. Os próprios músicos fazem questão de deixar isso claro nas entrevistas e na atitude no palco. Não é uma apresentação artística em si, mas muito mais uma cerimônia religiosa.

O show é precedido por uma oração, comandada por pastores daqui do Recife mesmo, no palco. Em seguida, as cortinas revelam os artistas e o espetáculo começa, com apenas dez minutos de atraso. E logo com Preciso de Ti, uma das canções mais conhecidas da trajetória dos mineiros.

Mas a música dura cerca de quatro minutos e logo sobe ao palco a pastora Ezenete Rodrigues, para iniciar umapregação que dura quase 40 minutos. O público levanta as mãos, dá-se as mãos, abraça-se, chora. Depois desse momento, as músicas voltam, e o palco novamente tem jeito de espetáculo musical. Boa parte do público conhece bem as letras e forma um grande coral na maioria das passagens.

O show vai até meia-noite. O suficiente para agradar o público. "Esperamos muito esse show. Viemos escutar a palavra de Deus. Também admiramos a música do grupo", disse a contadora Jaqueline dos Santos Leal, 36 anos, acompanhada da mãe, Anita, 76, e da irmã, Cristiane. As três vieram de Igarassu para participar da cerimônia.

O entusiasmo era o mesmo dos irmãos Jane e Jairo Mendes, acompanhados da amiga, Daniele Correia. "Pernambuco precisava desse show, para escutar a palavra de Deus. A violência e as drogas estão demais", disse Jane.
Reportagem do Diário de Pernambuco, 07/07/2008

3 comentários:

Charles Lima disse...

que o nome de Jesus seja glorificado cada vez mais
otima reportagem totalmene imparcial

José Ferreira Neto disse...

Pena que toda essa dedicação fica arranhada quando o DT deixa transparecer seu lado ecumênico e passa a se envolver com a corrente carismática da ICAR, o que é ruim para os evangélicos tradicionais (AD, por exemplo), pois todo mundo acha que devemos tomar a mesma posição, quando a BS diz o contrário.
Eu, particularmente acho que cada um no seu lugar, sem essa de "alguma coisa em comum", isso é comercial de cigarro...
Temos que ser diferentes do que a tradição manda, temos que ser luz, ser sal e mostrar que o mundo jaz no maligno.
E tem mais... Devemos fugir da aparência do mal, como recomenda a BS, então tudo que possa ser similar ao mundo, devemos nos afastar, para que não sejamos contaminados e ser julgados como participantes.

Anônimo disse...

By Multiply "clickmusical" wrote today at 7:55 PM
Ledo engano! Mais herege que o DT impossível.

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